Quando alguém procura uma desculpa para justificar suas fraquezas, é comum ouvirmos a afirmativa de que a carne é fraca.
A culpa, portanto, é da carne, ou seja, do corpo físico.
Esse é um assunto que merece mais profundas reflexões.
Hahnemann, criador da Medicina Homeopática, fez a seguinte afirmativa:
O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade?
Sábia consideração essa, pois encerra grandes verdades.
Culpar o corpo pelas nossas fraquezas equivaleria a culpar a roupa que estamos usando por um acesso de cólera.
Quando a boca de um guloso se enche de saliva diante de um prato apetitoso, não é a comida que excita o órgão do paladar, pois sequer está em contato com ele.
É o Espírito, cuja sensibilidade é despertada, que atua sobre aquele órgão através do pensamento.
Se uma pessoa sensível facilmente verte lágrimas, não é a abundância das lágrimas que dá a sensibilidade ao Espírito, mas precisamente a sensibilidade desse que provoca a secreção abundante das lágrimas.
Assim, um homem é músico não porque seu corpo seja propenso à musicalidade, mas porque seu Espírito é musicista.
Como podemos perceber, a ação do Espírito sobre o corpo físico é tão evidente que uma violenta comoção moral pode provocar desordens orgânicas.
Quando sofremos um susto, por exemplo, logo em seguida vem a sudorese, o tremor, a diarréia, etc.
Outras vezes, um acesso de ira pode provocar dor de cabeça, taquicardia, e até mesmo deixar manchas roxas pelo corpo.
Quanto às disposições para a preguiça, a sensualidade, a violência, a corrupção, igualmente não podem ser lançadas à conta da carne, pois são tendências radicadas no Espírito imortal.
Se assim não fosse, seria fácil, pois não teríamos nenhuma responsabilidade pelos nossos atos, desde que, uma vez enterrado o corpo, com ele sumiriam todas as fragilidades e os equívocos cometidos.
Toda responsabilidade moral dos atos da vida física competem ao Espírito imortal. Nem poderia ser diferente.
Assim, quanto mais esclarecido for o Espírito, menos desculpável se tornam as suas faltas, uma vez que, com a inteligência e o senso moral, nascem as noções do bem e do mal, do justo e do injusto.* * *
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Todos nós, sem exceção, possuímos na intimidade a centelha divina, a força capaz de conter os impulsos negativos e fazer vibrar as emoções nobres que o Criador depositou em nós.
Fazendo pequenos esforços conquistaremos a verdadeira liberdade, a supremacia do Espírito sobre o corpo. E só então entenderemos porque Jesus afirmou: Vós sois deuses, podereis fazer o que Eu faço, e muito mais.
Com base no cap. VII do livro O céu e o inferno,de Allan Kardec, ed. Feb e no livro Hahnemann o apóstolo da medicina espiritual, de Hermínio C. Miranda, ed. Celd.
domingo, 1 de março de 2009
Uma chance de ser bom novamente!
Consciência de culpa: severa companheira dos corações amargurados.
Acusadora cruel, que devora qualquer paz que deseje nos acariciar o rosto, mesmo que por alguns segundos.
Quantos... Quantos de nós carregamos na alma a vergonha de atos do passado. Quantos escondemos segredos no íntimo assombrado pelas guerras conscienciais...
Quantos desses fantasmas nos atemorizam, muitas vezes, sem que percebamos...
Certas palavras que ouvimos, quando nos lembram do que guardamos na alma, parecem mais punhais incandescentes querendo nos torturar.
Queria voltar o tempo;
Quisera ter agido de outra forma;
Se soubesse o que sei agora...
Todas são expressões típicas da consciência culpada.
Mas, e se ela, do alto de seu reinado de fogo em nossa intimidade, um dia ouvisse a seguinte expressão: Há uma chance de ser bom novamente.
Tamparia os ouvidos, certamente, num primeiro momento. Mas a frase continuaria ecoando. Não há mais como não ouvi-la. Ela brada com força e doçura, irresistível.
O reinado da dominadora culpa está ameaçado. Existe uma chance de liberdade para aqueles que se consideravam prisioneiros de si mesmos.
Agora há uma chance... Uma chance da paz voltar, e voltar maior do que era...
Que chance é essa? É a chance da prática do bem.
Tudo que destruímos, um dia poderá ser reconstruído, através desta ação.
Cobrindo a multidão de pecados, o amor, através da prática do bem, nos concederá a liberdade que tanto sonhamos.
As ações do passado não se apagam, é certo, feito mágica, mas as novas atitudes, quando alicerçadas no bem, produzirão tanta luz, que o pretérito de sombras não mais nos assustará.
As leis de Deus, perfeitas e amorosas, sempre nos dão exemplos desta possibilidade.
Almas que traímos, que maculamos, que transviamos, retornam ao convívio diário, através da reencarnação, para que agora as amemos.
Se no passado destruímos, se fomos exemplo de descaso, indiferença e violência, voltamos para construir, e exemplificar a conduta pacífica e agregadora.
Se apresentamos condutas indignas, se faltamos com a honestidade, sempre há tempo de recuperar a dignidade, e de sermos honestos, de agora em diante.
Não existe condenação eterna na legislação divina.
Então, por que insistimos em nos condenar ao sofrimento infinito no íntimo?
Auto-perdão não é sinônimo de condescendência, mas sim oportunidade de uma nova chance.
O perdão divino se funda nesta realidade: dar uma nova chance de acertar.
Assim, se Deus nos concede tal chance, por que não nos permitimos recomeçar?
A consciência de culpa tem sua utilidade apenas como mola propulsora, no início, para nos fazer verificar o erro, e nos motivar à correção.
Caso faça ninho na alma, passa a ser veneno perigoso e paralisante, atrapalhando o desenvolvimento do ser, rumo ao seu encontro com a felicidade.
* * *
Há uma chance de ser bom novamente.
Uma chance de iluminar a sombra.
Há no bem a força de romper as grades.
Há no amor a libertação da culpa.
Acusadora cruel, que devora qualquer paz que deseje nos acariciar o rosto, mesmo que por alguns segundos.
Quantos... Quantos de nós carregamos na alma a vergonha de atos do passado. Quantos escondemos segredos no íntimo assombrado pelas guerras conscienciais...
Quantos desses fantasmas nos atemorizam, muitas vezes, sem que percebamos...
Certas palavras que ouvimos, quando nos lembram do que guardamos na alma, parecem mais punhais incandescentes querendo nos torturar.
Queria voltar o tempo;
Quisera ter agido de outra forma;
Se soubesse o que sei agora...
Todas são expressões típicas da consciência culpada.
Mas, e se ela, do alto de seu reinado de fogo em nossa intimidade, um dia ouvisse a seguinte expressão: Há uma chance de ser bom novamente.
Tamparia os ouvidos, certamente, num primeiro momento. Mas a frase continuaria ecoando. Não há mais como não ouvi-la. Ela brada com força e doçura, irresistível.
O reinado da dominadora culpa está ameaçado. Existe uma chance de liberdade para aqueles que se consideravam prisioneiros de si mesmos.
Agora há uma chance... Uma chance da paz voltar, e voltar maior do que era...
Que chance é essa? É a chance da prática do bem.
Tudo que destruímos, um dia poderá ser reconstruído, através desta ação.
Cobrindo a multidão de pecados, o amor, através da prática do bem, nos concederá a liberdade que tanto sonhamos.
As ações do passado não se apagam, é certo, feito mágica, mas as novas atitudes, quando alicerçadas no bem, produzirão tanta luz, que o pretérito de sombras não mais nos assustará.
As leis de Deus, perfeitas e amorosas, sempre nos dão exemplos desta possibilidade.
Almas que traímos, que maculamos, que transviamos, retornam ao convívio diário, através da reencarnação, para que agora as amemos.
Se no passado destruímos, se fomos exemplo de descaso, indiferença e violência, voltamos para construir, e exemplificar a conduta pacífica e agregadora.
Se apresentamos condutas indignas, se faltamos com a honestidade, sempre há tempo de recuperar a dignidade, e de sermos honestos, de agora em diante.
Não existe condenação eterna na legislação divina.
Então, por que insistimos em nos condenar ao sofrimento infinito no íntimo?
Auto-perdão não é sinônimo de condescendência, mas sim oportunidade de uma nova chance.
O perdão divino se funda nesta realidade: dar uma nova chance de acertar.
Assim, se Deus nos concede tal chance, por que não nos permitimos recomeçar?
A consciência de culpa tem sua utilidade apenas como mola propulsora, no início, para nos fazer verificar o erro, e nos motivar à correção.
Caso faça ninho na alma, passa a ser veneno perigoso e paralisante, atrapalhando o desenvolvimento do ser, rumo ao seu encontro com a felicidade.
* * *
Há uma chance de ser bom novamente.
Uma chance de iluminar a sombra.
Há no bem a força de romper as grades.
Há no amor a libertação da culpa.
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